O mais próximo de casa que eu estive foi o mar Boto os meus pés na aguá e me lanço a pensar Como é a vida aqui, como é a vida lá Sinto que eu não sou daqui, pra casa eu quero voltar O mais próximo de casa que eu estive foi o mar Boto os meus pés na aguá e me lanço a pensar Como é a vida aqui, como é a vida lá Sinto que eu não sou daqui, pra casa eu quero voltar Eu já escolhi o nome dos meus filhos Mesmo sem saber se um dia vão nascer Sinto medo de trazê-los à esse mundo Onde eu tenho tão pouco pra oferecer Não herdo a estrutura vinda de um passado Eu minto se prometo algo pro futuro E o mínimo que eu posso prometer É que eu vou dar o meu melhor pra quando eles chegarem, eu juro Menino, pra você eu tenho um nome de rei Menina, pra você um nome de rainha Pra ambos tenho aquilo que encontrei num sonho Um reino pra família que eu chamar de minha Roupas coloridas no varal Roupas brancas cobrindo os nossos corpos sexta-feira Um café pro preto velho na janela Um marafo e uma vela, pra que exú nos guarde da trunqueira É a vida que eu pedi pra Deus Eu sei que oxalá é bom Por isso eu faço mais que som Trato como missão o que chamam de dom Espalhando a ideia de que todo preto Deve ter um lugar para chamar de seu Eu me sinto a um oceano de casa É como se faltasse um pedaço meu Que eu transmute a dor em força Ponte para eu voltar pra casa E minha fé em nós, alimento e farol! O mais próximo de casa que eu estive foi o mar Boto os meus pés na aguá e me lanço a pensar Como é a vida aqui, como é a vida lá Sinto que eu não sou daqui, pra casa eu quero voltar Pra casa eu quero voltar Pra casa eu quero voltar Pra casa eu quero voltar