Paulo Sérgio

Alfaiate

Paulo Sérgio


Alfaiate, eu sou da tristeza
Costuro esses dias nas horas vazias
Emendo a saudade na dor infinita de ter que viver
Alfaiate, na máquina fria pedalo esta angústia
Vitória ou fracasso, modelo de abraço
E, em ponto por ponto, feitio de você
Alfaiate, cortando lembranças
Pregando esperanças, eu venho da fome
Sem tempo e sem nome
Vestindo de sonhos um mundo de horror
Alfaiate, da roupa do nada
Vestido de trapos, modelos de abraços
Feitio de cansaço, caminho de agulhas
Num pano sem cor