Nasci à sombra de plutão, em noite clara de verão, escorpião zodiacal E normalmente respirei a vida, aliviando a dor de minha mãe querida Deu-me infância bem nutrida, eis que, decididamente, Meu destino já estava escrito na linha da minha mão Antes de travar conhecimento musical, eu era trivial, ou nada, Mas apareceu a fada Walter que me convidou pra guerra Com bandeira, fui ao fronte, era tanta terra sem trincheira Pra eu me proteger dos inimigos e de mais perigos Dentro do meu pelotão de som Sou somente o que mereço ser, pareço ser bem mais Cada um sabe o limite do que deve ser capaz... Sou somente o que pareço ser, mereço ser bem mais Cada um sabe o limite do que pode ser capaz... Conheci olhares duvidosos, desejosos, mercenários, solitários, maus e bons, A me puxar pra baixo, eu me segurava aos sons, em cima, procurando clima, Sempre que lutavam corpo e alma, internamente, pra manter a calma Arma do artista, coração de pugilista Nunca fui demais suficiente, eu, doente fico, Quando falta a força de um amigo, uma frieza me abraça E não consigo ver beleza, gosto, graça em canções, crianças, flores, festa, Nada presta, nada resta a rir, nada me toca, não seduz Nem gosto, cor, odor, som, luz Sou somente o que mereço ser, pareço ser bem mais Cada um sabe o limite do que deve ser capaz... Sou somente o que pareço ser, mereço ser bem mais Cada um sabe o limite do que pode ser capaz... Acho que o vigia do mercado deve estar acostumado Com a cena rotineira na avenida tapajós, de madrugada, Pela via esburacada e nua, feito a lua, Ando, procurando no céu, uma estrela bela Pra pedir algo secreto e distante como ela Sou somente o que mereço ser, pareço ser bem mais Cada um sabe o limite do que deve ser capaz... Sou somente o que pareço ser, mereço ser bem mais Cada um sabe o limite do que pode ser capaz...