Mafalda Veiga

Fragilidade

Mafalda Veiga


Talvez pudesse o tempo parar 
Quando tudo em nós  se precipita 
Quando a vida nos desgarra os sentidos 
E não espera, ai quem dera 

Houvesse um canto para se ficar 
Longe da guerra feroz que nos domina 
Se o amor fosse como um lugar a salvo 
Sem medos, sem fragilidade 
Tão bom pudesse o tempo parar 
E voltar-se a preencher o vazio 
É tão duro aprender que na vida 
Nada se repete, nada se promete
E é tudo tão fugaz e tão breve 

Tão bom pudesse o tempo parar 
E encharcar-me de azul e de longe 
Acalmar a raiva aflita da vertigem 
Sentir o teu braço e poder ficar 

E é tudo tão fugaz e tão breve 
Como os reflexos da lua no rio 
Tudo aquilo que se agarra e já fugiu 
É tudo tão fugaz e tão breve