De bar em bar vai afogando sua mágoa Qual folha morta arrastada pelo vento Ao contemplá-la os meus olhos enchem d’água E viro o rosto pra não ver seu sofrimento Porque recordo que já teve meus carinhos E um grande amor que duraria a vida inteira Mas preferiu percorrer outros caminhos Pela ilusão de uma aventura passageira Você não viu que a boemia é enganosa Dura tão pouco como a neve dos caminhos Parece linda, mas engana como as rosas Que ao apanhá-las nos ferimos nos espinhos Hoje que as garras traiçoeiras do cansaço Desfiguraram sem piedade seus encantos Os seus amantes já fugiram de seus braços Você ficou a naufragar num mar de pranto Se quer voltar para meus braços novamente Pode voltar que o seu lugar está guardado Porém agora meu amor é diferente Já não é mais como tem sido no passado Nem os meus beijos lhe darei, pois não consigo Beijar a boca que por outro foi beijada Apenas faça de meus braços seu abrigo Para amparar a sua vida fracassada Hoje que as garras traiçoeiras do cansaço Desfiguraram sem piedade seus encantos Os seus amantes já fugiram de seus braços Você ficou a naufragar num mar de pranto