As cenas que vestem os dias Acenam por uma candura Que abriguem em tantos desencontros As cinzas tão vis de toda ternura Em uma vida feita de trilhos As estações são minha morada No esvaziado imediato Faço no frio minha caminhada Me desfaço em pedaços e dos cacos faço-me amor De mãos dadas com o calado estranho Ergo uma casa em meio ao escuro Do vácuo, um frágil lugar Desenho limites plantando um muro Me desfaço em pedaços e dos cacos faço-me amor Mas as casas são belas prisões A esconderem a volúpia do dia Seguros na sala de estar Resistem a todo amor e a alegria Me desfaço em pedaços e dos cacos faço-me amor