Juçara Freire

Pedra de Atiradeira

Juçara Freire


Sou o frio da cova rasa
Sou brasa de uma fogueira
Eu sou o canto encantado
Do sabiá na mangueira

Sou ferro de ferradura
E pedra de atiradeira
Sou tiro de bacamarte
Na mira da mão certeira

Sou jogo da amarelinha
Que a gente tem que pular
Não pode pisar na linha
Se pisa, tem que voltar

Sou linha de carretel
Sou pipa de rabiola
Sou um verso de cordel
Sou cerol de vidro e cola

Sou as linhas do destino
Traçadas na tua mão
Sou o martelo da culpa
E a clemência do perdão