Eu me chamo pilcha-velha e lá da fronteira eu venho Eu sempre usei pilcha-velha, pois só pilcha-velha eu tenho Eu me chamo pilcha-velha mucho gusto me apresento Trago na estampa crioula uma história de muito tempo Quem me vê de qualquer jeito até pensa que eu sou vago Mas é só prestar atenção para enxergar o sul que trago Eu me chamo pilcha-velha e o meu nome é até me esqueço Com pouco cobre que eu ganho pilcha nova eu não mereço Minha bombacha é surrada e tem manchas de azulão Com os fundilhos esgualepado já sem casa pros botão Eu me chamo pilcha-velha e quem vê me conhece bem Quem anda de pilcha Nova só sabe o que a pilcha tem Pra um tirador de carpincho que trago de baixo ao pala Já tem um rasgo no meio bem d’onde a corda resbala Eu me chamou pilcha-velha e pilcha-velha me chamam As pilchas já tão surrada, mas as percantas me amam Até meu pelo de lebra que a aba nunca se dobra Já cambiu a cor da estampa que nem um couro de cobra Eu me chamo pilcha-velha, mas não me tirem por louco Se eu não fosse o pilcha-velha o pilcha-velha era outro O meu lenço cor de Sol que o Sol tá quase apagado Carrega timbrando a seda um beijo rubro estampado Eu me chamo pilcha-velha, pilcha-velha sim senhor Não preciso nova para ser bom namorador As minhas botas rosilhona de bailar em ivaquiano Na meia sola dos pés carrega o saibro dos anos Eu me chamo pilcha-velha e quem vê me conhece bem Quem anda de pilcha Nova só sabe o que a pilcha tem Pra um tirador de carpincho que trago de baixo ao pala Já tem um rasgo no meio bem d’onde a corda resbala Eu me chamou pilcha-velha e pilcha-velha me chamam As pilchas já tão surrada, mas as percantas me amam Até meu pelo de lebra que a aba nunca se dobra Já cambiu a cor da estampa que nem um couro de cobra Já cambiu a cor da estampa que nem um couro de cobra Eu me chamou pilcha-velha