O patrão numa volteada me apareceu com um cusquito Duma racita moderna mais parecia um sorrito Por serem loucos de buenos deu por ele uma exorbitância Lidava com gado e " oveia " em todo serviço na estância É do pelo que não nega disse muito sorridente Pois eu nunca imaginava o que vinha pela frente Tinha a volta do olho preta pus o nome de pirata Que mal apeou do carro e já estraviou minhas alpargata Para pirata! Pra trás pirata e nada de me escutar A praga não afloxava e eu já rouco de gritar Para pirata! pra trás pirata me disparava o arteiro Eu fazia trocar de ponta dum laçacito campeiro As orelhas eram enfeites na cabeça do animal Corria tudo que é bicho e nunca dava um sinal Terminou com minhas galinhas a criação era pequena Fugia da cozinheira com a boca cheia de penas Peguei um bagual gateado sestroso e passarinheiro O cusco saltou na cola na saída do potreiro Veiaqueou de vereda me plantou sobre um cupim E o guaipeca desgraçado brincava em roda de mim Para pirata! Pra trás pirata e nada de me escutar A praga não afloxava e eu já rouco de gritar Para pirata! pra trás pirata me disparava o arteiro Eu fazia trocar de ponta dum laçacito campeiro Se o gado tava no tronco só mordia nos "garrão " Dava um serviço danado abichava no verão Se saisse numa "oveia" ele arrancava um pedaço E ligeiro como um gato pra se escapar dum balaço Uma ' véia " solterona me pediu um cachorrinho O danado teve sorte porque era bonitinho " Devereda " fui no povo pessoalmente fiz a entrega E elogiava o guaipeca que é do pelo que não nega Para pirata! Pra trás pirata e nada de me escutar A praga não afloxava e eu já rouco de gritar Para pirata! pra trás pirata me disparava o arteiro Eu fazia trocar de ponta dum laçacito campeiro