Fernando Santos Cunha

Mundos Extintos

Fernando Santos Cunha


Morrem os mundos! Silenciosa e escura
Eterna noite os cinge
Mudas, frias
Nas fulgurantes solidões da altura
Se erguem, sem luz, necropolis sombrias

Mas para nós, diz a ciência, o além perdura
A vida e espande as rutilas magias
E vibra a luz e fulge, e a luz fulgura
Lhes animando as órbitas vazias!
Meus ideais extinta claridade!

Mortos, rompeis, fantásticos, insanos
De minha alma a revolta imensidade
E sois ainda todos os enganos
E toda luz e toda a mocidade
Desta velhice trágica aos 20 anos