Faz do mar o altar da sua emoção Ronda a areia, beira mar, no arrastão E pelas praias, ele correndo No pôr-do-Sol, dourando o mar Vai contra o vento, ele correndo No seu galope alcança o mar E o mar As feridas lhe acalma Ao lavar-lhe a alma E lambendo a areia faz sonhar Com amores perdidos Com seus sonhos feridos Marulhando faz mergulhar Deixa o verde assim, árvores sem fim Cachoeiras, Olorum canta pra mim! E pelas matas, férteis e fartas As suas botas pisarão No seu cavalo vai cavalgando Vai procurando inspiração E então Pelo verde se embrenha Colhe flores e a lenha Que à lareira clareia a solidão Ao sentir-se sozinho Pede ao vento um carinho E a resposta vem num clarão! Ronda o beira mar, nas ondas do mar Pois nas matas, os seus rios serão mar! E pelos ventos, vencendo o tempo O seu galope alcançará Nesse momento é filho do vento E a tempestade amansará E, então, as correntes se quebram Pensamentos se elevam E as torrentes dos elementos vão Desvendar seus mistérios Simbolismos tão sérios E as estrelas confirmarão Vence o tempo então Filho d'emoção Vem do céu, adormecer Em minhas mãos