Eliane Arthman

Filho do Vento

Eliane Arthman


Faz do mar o altar da sua emoção
Ronda a areia, beira mar, no arrastão
E pelas praias, ele correndo
No pôr-do-Sol, dourando o mar
Vai contra o vento, ele correndo
No seu galope alcança o mar

E o mar
As feridas lhe acalma
Ao lavar-lhe a alma
E lambendo a areia faz sonhar
Com amores perdidos
Com seus sonhos feridos
Marulhando faz mergulhar

Deixa o verde assim, árvores sem fim
Cachoeiras, Olorum canta pra mim!

E pelas matas, férteis e fartas
As suas botas pisarão
No seu cavalo vai cavalgando
Vai procurando inspiração

E então
Pelo verde se embrenha
Colhe flores e a lenha
Que à lareira clareia a solidão
Ao sentir-se sozinho
Pede ao vento um carinho
E a resposta vem num clarão!

Ronda o beira mar, nas ondas do mar
Pois nas matas, os seus rios serão mar!

E pelos ventos, vencendo o tempo
O seu galope alcançará
Nesse momento é filho do vento
E a tempestade amansará

E, então, as correntes se quebram
Pensamentos se elevam
E as torrentes dos elementos vão
Desvendar seus mistérios
Simbolismos tão sérios
E as estrelas confirmarão

Vence o tempo então
Filho d'emoção
Vem do céu, adormecer
Em minhas mãos

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