É tão complexo Tão seco e tão frio É o canto dos anjos Que aqui chora oliveira Mãe, tudo é sem nexo Banal e vazio É só mais um marmanjo Que aqui se prolifera Que, queria ser pessoa Ter poltrona e a coroa Mas, é apenas pó Que o vento faz dançar Queria estar na boa Viver e rir à toa Mas, está consigo só Como frio, como ar Na alvorada do silêncio Que o seu imo protesta Atesta-se com a verdade Que não quer andar nua Na madrugada do néscio Que mentiras ostenta Pois tenta a liberdade Mas tudo aqui continua Tudo é mesmice Tudo é rótulo e vão É inútil e baldado Não querer partir mais cedo É só desdisse O mundo é um palavrão Tudo aqui é degradado Tudo aqui é medo Quero partir e fugir Sair até de mim Abraçar-me ao nada Entregar-me nalgum fim Quero desistir de insistir Eu quero ir Num lugar maior E melhor para sorrir Esconder-se é fazer favor Onde se quer dissipar É o semblante do pavor Que lhe foz emancipar Escrever não tem sabor A rosa já não tem perfume E o poema do labor Encontrou o azedume Lugar de gente anónima Que os olhos escondem Lufada de trilha ótima Dos ventos em desordem Passa a vacuidade Passa o insignificante Passa o 'eu' dessa idade E, continua degradante Que sentido tem o ódio Quando o amor desiste Que chances tem o pódio Quando a lama é que persiste Quando a cama pede paz Pede o abraço sincero Mas, ali meu corpo jaz Porque já mais nada quero Que o mundo é zero, é É nada, é nulo Viver é só clichê E ser vácuo, congratulo Tudo é desencanto É amargo e incolor Caos de riso e pranto Que pinta o desamor Quero partir e fugir Sair até de mim Abraçar-me ao nada Entregar-me nalgum fim Quero desistir de insistir Eu quero ir Num lugar maior E melhor para sorrir