Amor, eu não te vou mentir Consigo viver na boa sem ti E quando não estás, não tenho depressão Enquanto não chegas, vejo televisão Bato uma punheta, e dou comer ao cão Amor, tu não leves isto a mal Meu amor por ti é grande, é colossal Mas por ti não apanhava uma granada Dormia na rua ou andava à porrada Eu sangro do nariz se levo uma chapada Eu amo-te ao ponto de fazer dieta e acordar cedo Ir contigo às finanças é coisa que não me mete medo Passo horas no Shopping e vou visitar a tua mãe Se ainda não fugi, é porque te amo, sabes bem Eu amo-te ao ponto de não ver a bola até ao fim Perguntas se engordaste e eu nunca te digo que sim Levo-te a jantar fora e dou-te flores e postais E se me negas sexo, eu já não te bato mais Amor, tu achas que o romantismo É uma espécie de sadomasoquismo Em que um homem oferece a sua vida Em prol de uma gaja mal agradecida Essa conduta é bué suicida Não ligues ao que diz o Bruno Mars Aquele piano não andou a arrastar's Puseram rodinhas em baixo e de lado Ninguém o traiu, isso foi inventado Pra envergonharem o teu namorado! Essas canções de amor Que tu tanto ouves Têm tanto amor Como tem, tipo couves Como aquela do André Sardet Que mede o amor com uma régua, ou sei lá o quê O gajo diz que gosta dela como daqui até à Lua Que são precisamente 384 mil e 400 quilômetros Que eu 'tive a ver na puta da Wikipédia pra vir aqui dizer a vocês esta noite Mas se calhar o cabrão nem sequer é capaz de fazer 500 metros como eu faço Naquelas noites de verão em que a gente esteve a fazer sardinhas ao jantar E ficou no fundo do balde do lixo aquele líquido, aquele líquido nojento a babar O saco nem 'tá furado mas o molho das sardinhas passa pelo saco E tu vais levar aquela merda fora e vai deixando um rasto, pingando pelo alcatrão fora E eu vou de chinelos jogar o lixo, porque é verão Chego a casa todo a espezinhar dos pés Shack, shack, shack E tu nem sequer obrigado dizes O amor Não é fogo que arde sem se ver Não é canto de Afrodite, nem é branto de poetas O amor é simplesmente tu escolheres uma gaja qualquer Para ter a exclusividade das tuas quecas Eu amo-te ao ponto de baixar a tampa da sanita De comer teu arroz sem fazer cara esquisita E não fico ofendido se os crepes não partilhas Nem com esses pelos encravados que tu tens nas virilhas Eu amo-te ao ponto de tolerar a tua existência Porque amar é ter pouco sexo e muita paciência E fiz esta canção precisamente por te amar E pra ver se me deixas dar-te uma e filmar