Craveiro e Cravinho

O Sonho do Matuto

Craveiro e Cravinho


A caboclinha que era o sonho do matuto
O abandonou sem sequer ter compaixão
Do pobre Jeca que com dor de coração
Contempla entre soluços ainda irresoluto
Aquela choça mais bonita que uma flor
Que fez só para os dois, ele e seu lindo amor

Chora viola apaixonada
Envolvendo de saudade a ternura da toada

E quando o Sol vai declinando no horizonte
Não mais se escutam as cantiga de alegria
Pois lá na roça tudo é melancolia
O arvoredo, o doce cochichar da fonte
Os passarinhos, enfim toda a natureza
Um cântico entoa de amor e de tristeza

Apaixonado ele tenta na viola
Achar consolo para sua alma triste
E na ilusão que aquele amor ainda existe
Saudoso o bom matuto baixinho cantarola
O seu lugar inda aqui no meu sertão
Bem dentro do meu peito, aqui no coração