Antes De dormir Planejei uns pesadelos Vim te ver dormir Efervescendo Insetos piscantes Ah! De olhos distantes Sussurram Sussurros E eu já não sei mais Quais as conspirações E o rato roeu (Hahaha) A minha memória E as aranhas fazem teias Nas texturas Das suas costas Pontilhadas Em tais vitrais Aqueles túneis De passagens parecidas Com os buracos Nas pupilas Dilatadas Você sabe que de noite eu choro Me consuma ser da fenda Quebre Meu crânio Serei feliz E chocando o crânio contra a pedra Já não pensa mais em nada Torna-se Pedra Enfim feliz (Para-noia) Desaba em modorra-rá! Batidas na porta A velha Vertigem Nós túneis os gritos Estão presos Em gaiolas Por onde rastejam peixes-cegos Tão sorumbáticos Quanto você, meu bem Lá vem Lá vem o fiscal (Hahaha) Do eletrochoque Suas punhetas-paranóicas São colagens De Van Genke (Mr. Skip Spence) E algum soldado analfabeto Vai violar suas prateleiras Vasculhando Por Karl Marx Você sabe que orgasmo e vômito São no fundo a mesma coisa Ferve De alívio Do frio interno Nos gemidos do naufrágio eterno Rangem garos nos telhados Ah, empalados Nos seus espetos De churrasco (Menestrel) Eu disse que antes De dormir Planejei uns pesadelos (Ái, ái) Vim te ver Dormir Tarântula