António Pelarigo

Verdes Campo Verde Vida

António Pelarigo


Verdes campos, verde vida
Toda a campina florida
De repente escureceu
Fez-se noite em toda a parte
E porque o sonho não parte
Fiquei só apenas eu

Uma certeza me deste
E nela o sabor agreste
Da sina que foi traçada
A parra do azevinho
Já nasce trazendo espinho
E morre quando pisada

E morre porque não sabe
Que alguma parte lhe cabe
De tanta coisa perdida
Algo mais amargo e doce
E sempre, se mais não fosse
Verdes campos, verde vida

Nada tenho, resta apenas
Esta roupagem de penas
Mais pobre que um pobrezinho
Mas quando a morte chegar
Eu sei que posso voltar
Ao verde do meu caminho