Não sou nenhum ista Não sou capitalista Eu não sou comunista Não ligo pro teu ado De estereotipado Por você criado Não vou falar sobre a vanguarda Não vou falar da bossa usada Nem Chico nem Caetano Vou falar dos artistas urbanos O grafiteiro do ponto de ônibus Do malabarista no sinal de transito Do presidiário que virou poeta E canta seus versos em todos cantos Eu vou falar de Christiania Onde a utopia vira esperança Lá me rotulo um caipira-anarco-funk Que com lata enferrujada de leite em pó Faço um samba torto sobre nossa dor Não sou nenhum eiro Não sou brasileiro Eu não sou estrangeiro Não sigo nenhuma religião Minha bandeira é branca E a mensagem é canção