Emaranhado entre meio à multidão Quase perdido num intenso movimento Eu fecho os olhos e revejo meu sertão Eu vejo tudo na visão do pensamento Vejo mamãe buscar água na mina Levando o balde e meu maninho no colo E no regato que despenca da colina Escuto ao longe as batidas do monjolo Esta paisagem que na mente eu revejo Este cenário que jamais eu esqueci É um pedaço do meu mundo sertanejo E um cantinho do sertão onde nasci Vejo o meu pai com um cigarro de palha Sentado na porta na soleira da tapera Vejo o piquete de gramínea que se orvalha Vem o sereno das manhãs de primavera Nas noites calmas o silencio interrompendo Por um barulho que sobrenatural Um rito triste, um lamento, um gemido E a cantiga de um pequeno urutau