Lá no bairro aonde eu moro Triste fato aconteceu, ai Com a morte da italianinha Ingrato destino seu A Terra deu um balanço Os ares se escureceu, ai Quando eu soube da notícia O meu coração doeu Zézinho, seu namorado Casamento prometeu, ai Foi falar com o pai da moça E o véio nem atendeu Maltratando a pobre filha O seu pai esclareceu, ai - Eu não quero o casamento Quem manda em você sou eu Enquanto o tempo passava A italianinha entristeceu, ai Até chegar um certo dia Logo assim que escureceu Ela entrou no seu quarto E ninguém não percebeu, ai Imaginando a triste vida Um veneno ela bebeu Depois que bebeu o veneno Numa cama se estendeu, ai Foi chegando a morte fria Que a pobre nem se mexeu Do jeito que ela deitou Coitadinha amanheceu, ai Com o vestido cor-de-rosa Que seu padrinho lhe deu O povo tudo chorava Quando a notícia correu, ai Mas antes dela morrer Um bilhete ela escreveu Eu peço perdão a Deus Nada me favoreceu, ai À benção meu pai e mãe, ai Quem vai se embora sou eu