O país vai de carrinho Vai de carrinho o país Os falcões das avenidas São os meninos nazis Blusão de cabedal preto Sapato de bico ou bota Barulho de escape aberto Lá vai o menino-mota Gosta de passeio em grupo No Mercedes que o papá Trouxe da Europa connosco Até à Europa de cá Despreza a ralé inteira Como qualquer plutocrata Às vezes sai para a rua De corrente e de matraca Se o Adolfo pudesse Ressuscitar em Abril Dançava a dança macabra Com os meninos nazis Depois mandava-os a todos Com treze anos ou menos Entrar na Ordem Teutónica Combater os sarracenos Os pretos, os comunistas Os Índios, os turcomanos Morram todos os hirsutos! Fiquem só os arianos! Chame-se o Bufallo Bill Chegue aqui o Jaime Neves Para recordar Wiriamu Mocumbura e Marracuene Que a cruz gamada reclama E novo o Grão-Capitão Só os meninos nazis Podem levar o pendão Mas não se esqueçam do tacho Que o papá vos garantiu Ao fazer voto perpétuo De ir para a puta que o pariu