Hoje eu quero a casa cheirando a café A cabeça no colo, nas mãos: Cafuné Uma ou duas palavras que façam o tempo voltar Hoje eu quero aquele silêncio só meu Ser capaz de escutar o suspiro de Deus Em um velho ipê quando o vento insiste em brincar Quero um Sol que inflame E a flor que consola Que todo poema eu declame Na paixão da viola Hoje quero a Lua cheia Subindo atrás do monte Hoje o que sou se esconde Pra me revelar Hoje quero os pés na areia E os olhos no horizonte Quero atravessar a ponte Pra nunca chegar Hoje eu quero a alma cheirando a jasmim Tudo o que for nocivo saindo de mim Ter o brilho nos olhos, estrela de meus ancestrais E o hoje, será meu pra sempre, enquanto cruzar O infinito do sonho, o abismo do mar Que a jangada da vida encontre um dia meu cais Quero que o beijo derrame Em meus lábios dormentes E que todo dia eu ame O que era da gente