Tantas vezes viajei Soltei pipa e sonhei Bicho tangido para o exilio Sem querer Fui fazendo o trecho do meu ser Cresci sem escolher o meu espelho Sendo o trem, o motorneiro e o trilho Crescendo diferente de pai pra filho Fui eu avô do meu conselho Plantei novos sonhos Arrumei um novo jeito de caminhar Preguei a revolução Na varanda tirei horas de prazer Para meus fantasmas espantar Fui atrás do vento Ver onde ele faz a curva Voltei no tempo Velhas cantigas, santos na parede Pedra de atiradeira A saudade se queixando para dentro Mas o tempo que almejo Nunca amanhece no meu peito Vi certo dia Que o meu desejo Nunca será feito Depois de tudo que vivi Fui descobrir que a infância O meu bem-te-vi O mundo roubou de mim