Ao poeta cabe caminha na corda bamba Ser ao mesmo tempo o domador e a bailarina (Com o passo certo pra dançar entre os leões e a sua própria sina) Sim, a sina do poeta é incerta, inexata Sua rota não se enquadraria numa linha reta Ao poeta cabe levitar por sobre as águas Ser ao mesmo tempo caravela e ventania (Com o verso certo pra expressar a sua dor e as suas alegrias) Sim, a tempestade é o trigo que o alimenta O poeta nunca se contenta com a calmaria Ao poeta sempre coube dar a outra face Sem disfarces sua vida é um livro aberto Sem conserto o bobo segue e quer brincar com fogo Vai se lambuzar do mel da vida até cair no choro Vai se lambuzar do mel da vida até cair no sono Vai se lambuzar do mel da vida