Quando a gente era miudinho, O mundo gigante Moinho Girava em pás, passarinho, De rodas de amarelinha. Aí, entre berlindas De barra-manteiga, pedrinhas De boca-de-forno, queimadas De pique-esconde, chicotes De cabra-cega, raquetes De bente-altas, abraços De mãe-da-lua, A gente contava pra rua Onde estava a margarida, Se essa rua fosse minha, Se você gostasse de mim... Agora que a gente é gigante, Somos escravos de jó. O cravo brigou com a rosa E caranguejo só é peixe Lá no fundo da maré. Somos pobres, pobres, pobres De marré, marré, marré E teresinha de Jesus Em sete quedas foi ao chão. Tanto sangue derramado Dentro do meu coração... Agora que o moinho é gigante, Guerreiros com outros guerreiros Fazem zigue, zigue, zá. E o amor que tu me tinhas Já mandaram ladrilhar Seu eu pudesse ser miudinho, Menina, Eu voltava a te ninar.