Amores brotam espontaneamente Pelos jardins de toda a humanidade Independente de nosso desejo Indiferentes à nossa vontade Seres calados, tranqüilos, serenos Jamais perguntam o que é que pensamos Se os queremos ou se os recusamos O que buscamos e o que pretendemos Jamais reparam o quanto somos pequenos Que somos frágeis, que somos humanos Amores chegam sem mandar recado Os afamados seres do improviso Nenhum sinal anterior, Nenhum aviso Vêm de surpresa, são inusitados Os visitantes mais imprevisíveis Passam ligeiro ou perduram anos Se manifestam, alteram nossos planos Manipulando cordões invisíveis Causam prazer e dor indescritíveis Aos corações que estão hora habitando Amores partem inexplicavelmente Deixando atrás de si almas vazias Um leito seco onde antes corria A seiva fresca que sacia as gentes Indo habitar outros corpos carentes Fica sem brilho o que era estrela antes Podem fazer de alguns grandes amantes De outros bons amigos simplesmente E se de ti fizeram um ser descrente Tornei-me eu porém estrela errante...