Conheço um fazendeiro Dos forte da minha região Tem fazenda em Guarapuava Na Pitanga e no Pinhão Tem duas no Palmital Manoel Ribas e Ivaí Uma grande no Marquinho Na costa do Piquiri Ainda tem umas três ou quatro Nos estado lá de riba E o vivente tem mais gado Que habitante em Curitiba Mas daria tudo isso Pra na gaita ter aprendido Pra tocá o Fundo da Grota A Doralice e o Chão Batido Daí pensei cá comigo ser gaiteiro é ser um baita Vou seguindo bem faceiro Não adianta ser fazendeiro E não saber tocar gaita Lá onde eu moro tem uma cara Que muito caminhão tem Umas quarenta carreta E uma porção de bi-trem Viaja o Brasil inteiro De Foz a Paranaguá De Curitiba a Belém Do Rio Grande a Corumbá A mulher dele disse Que azedo dorme e amanhece Pensando só no dinheiro E dela o beleza esquece Me falou quase chorando Já entrando em desespero Que o sonho da vida dela Era se casar com gaiteiro Daí pensei cá comigo Ser gaiteiro é ser um baita Vou seguindo bem a profissão Não adianta ter caminhão E não saber tocar gaita Tem um outro comerciante Tem uns três supermercado Tem posto de gasolina E uns imóveis alugado Tem loja de vender roupa Calçados e variedade Material de construção Vende pra toda cidade Os carrão que ele anda Só caminhonete filé A Dodge Ram é a dele E a S-10 da muié Mas vive só se queixando Do ramo dele não gota Queria mesmo é ser gaiteiro Andar com a gaita nas costa Daí pensei cá comigo Ser gaiteiro é ser um baita Vou seguindo sempre adiante Não adianta ser comerciante E não saber tocar gaita Conheço um cidadão Que foi sete vez deputado Conduzido a assembleia E sempre dos mais votado Ganha uma bijuja grossa Recurso tem a vontade E um avião desses de bola Pra visitar as cidade Carro bom e segurança Onde chega tá esperando É recebido com festa E uns puxa-saco abraçando Mas daí vem o discurso: Tô aqui porque o povo quis Queria mesmo é ser gaiteiro Ganhar pouco e ser feliz Daí pensei cá comigo Ser gaiteiro é ser um baita Vou seguindo animado Não adianta ser deputado E não saber tocar gaita