Sou filho do interior Nascido lá no sertão Numa casinha modesta Na encosta do espigão Ali eu era feliz Com meus pais e meus irmãos A gente tinha de tudo Era aquele farturão O sítio tinha trator Para cultivar o chão Depois da terra tombada Plantava milho e feijão O pomar cheio de frutas Muita laranja e mamão Uma porcada de cria E um grande mangueirão Do lado tinha a tuia O curral e um barracão A lenha vinha do mato Para aquecer o fogão Leite fervia no tacho Pra fazer o requeijão Linguiça pura de porco Pendurada no varão Toda a nossa galinhada Quase enchia o ranchão Um grande canavial E lavoura de algodão Café maduro secando No meio do terreirão Porco gordo no chiqueiro No pasto o alazão Uma boiada carreira O Cigano e o Matão Desengano e Malhado O Mirante e o Tostão Meu pai era um carreiro Querido na região Hoje só resta a lembrança Daquele meu tempo bão