Essa tricana que ali vai de xaile e lenço Amei em tempos com paixão de adolescente E mesmo agora quando passo e nela penso Sinto na alma um sentimento bem pungente Éramos jovens em manhã de primavera Que já não volta, e ainda hoje me arrependo De xaile e lenço, ela lá vai tal como era E eu tão mudado, que nem mesmo compreendo O nosso amor, todos diziam condenado E que entre nós estava cavado um fosso imenso E cada um foi tristemente p’ra seu lado Eu de batina de estudante, e ela de lenço E nesta hora em que o outono se avizinha E os sonhos vão c’oas folhas secas no seu baile Recordo o tempo em que essa moça era só minha E a minha capa apenas era do seu xaile