Um casal feliz vivia No sertão do Caité Quando a mulher e o filhinho Começaram a emagrecer O homem desesperado Um dia no escurecer Saiu pra buscar remédio Só voltou no amanhecer Quando ele entrou no quarto Com grande espanto ele viu Uma cobra sobre a cama Feito em forma de um rodio Era uma grande jibóia Que vendo o homem fugiu Num mato que tinha perto Foi onde a cobra sumiu Era uma cobra que vinha Na mulher se amamentar Tinha forças nos seus olhos Pra mulher não acordar E a pontinha do rabo Ela dava pra chupar Na boquinha da criança Para ela não chorar Na outra noite o caboclo Sozinho a cobra esperou Mas ele tinha dormido Quando a jibóia chegou Quando acordou, viu a cobra Que sobre ele saltou Pra matar ele afogado Em seu corpo se enrolou E numa luta de morte Os dois rolaram pro chão Enquanto a cobra apertava Ele golpeava o facão Quando chegou a mulher Não tinha mais salvação O caboclo e a jibóia Já estavam mortos no chão Isto já faz muitos anos O menino hoje é rapaz Que conserva para sempre Deste fato alguns sinais É o couro da jibóia E aos pés de uns pinheirais Tem uma cruz onde um dia Foi sepultado seu pai