Todo sábado eu saía da minha terra chapada Pra cantar em Ibirama, passava por ressacada Com a cordeona no saco, enfrentando aquela estrada Com vontade de tocar, topava qualquer parada Dos tombos que eu levava quando na rádio chegava A gaita tava quebrada e a turma vendo aquilo Ficavam dando rizada Eu ficava muito triste Tinha dupla, também trio, que tinha programação Eu chegava assustado e pra eles dava a mão Pedindo para cantar, eles diziam que não Falando assim pra mim: Aqui só canta quem é bom Daí eu abria as asas, ia de volta pra casa Quase morto de paixão, eu pensava assim comigo O nosso Deus é grandão E nossa senhora uma baita Hoje eles não cantam mais, de lá todos se sumiram Viviam só me humilhando, pois muito de mim sorriram Hoje tenho o meu programa, até eles já ouviram Eu canto em diversas rádios e todos me admiram Onde eu puxo a acordeona, todo mundo se apaixona E sempre me aplaudiram com muitos CDs gravados O que eu era eles viram Eu não paro de cantar, pra parar só que me mate E mesmo depois de morto, eu canto em toda parte Sempre faço modas novas, pois é essa a minha arte Comigo não tem falência, meu motor não fura o carte Que se exploda os inimigos E pra meus fãs e amigos, não quero que nada falte E se um dia precisar, pode contar com Zé Barth