Entender a metrópole de peito aberto É surfar no lodo, surfar no lodo... Numa vitrine, placa pendurada na faixada, vende-se pulmão Desnorteado pelo comércio, o menino cheira a cola, estoura a vidraça Manchete de capa, preconceito mata prostituta, eliminada mais uma vagabunda Eu penso cada um na sua, cada um na sua luta, pátria filha da violência que pariu Desarma, desarma Larga essa arma Desarma, desarma Prá ficar na paz Na fila de espera, o desespero do aposentado, prá catar alguns trocados Quando da janela do ônibus, alguém grita: Velho sujo, velho coitado Bala, bala, bala, bala, bala.... Entender a metrópole de peito aberto Bala, bala, bala, bala, bala.... É surfar no lodo, surfar no lodo Entender a metrópole Nos olhos de lata de cola É surfar no lodo, surfar no lodo Entender a metrópole de peito aberto É surfar no lodo, surfar no lodo...