Xirú Missioneiro

Canto a São Luiz Gonzaga

Xirú Missioneiro


Nasceu liberto e gaudério, teatino dos quatro vento'
Com ele, presa nos tentos, a guitarra companheira
Estradeou pela fronteira' bordoneando com apego
Foi andejo sem sossego nestas plagas missioneira'

Por patrão, teve o destino, em vez de rancho, pulperia
Onde semeou alegria, noite adentro, madrugada
No galpão com a peonada, mateou e contou história
Restos de amores e glórias que espalhou pelas estradas

Payador, cria da pampa, vaga-lume em noite escura
Pêlo duro de alma pura a cantar nas madrugadas
Missioneiro, Deus te pague pelo som dessa guitarra
E este canto sem amarras que canta São Luiz Gonzaga

Tua voz é o clamor das ruínas em noites claras
Cantar de mil cigarras extraviando pago afora
Tem a estampa de outrora, do índio que se levanta
Como um bagual que se espanta no tinido das esporas

Paysano, mestra crioula de sentimento aragano
Os Sete Povos soberano', com manhas de payador
Teu canto é conservador e ecoará de sul a norte
Porque nascestes c'o a sorte de missioneiro cantor

Payador, cria da pampa vaga-lume em noite escura
Pêlo duro de alma pura a cantar nas madrugadas
Missioneiro, Deus te pague pelo som dessa guitarra
E esse canto sem amarras que canta São Luiz Gonzaga