(Hohola cosa buena, hoje eu me largo pra um fandango, lá pras bandas de Unistalda, vou bailar de pé trocado, que a gente aperta e mete a perna, não é Sadi Machado?) Fiquei sabendo dum baile velho cuiudo Desses crinudo de metê de upa e iupa Apertei os caco no mouro véio carancho Mala de poncho e acordeona na garupa A galopito cortei por dentro do campo Dereito ao surungo lá pras banda de Unistalda E a gaita véia que gemia e resmungava Nas munhéca de um gaitero que golpeava a meia espalda (Dom Miguel Marques e o Tio Nanato bom gaiteiro E a indiada se escafedia numa vanera, num balanço de Gilberto Monteiro) Dono do rancho quando enxergou que era eu Me arrecebeu na moda véia hospitaleira Mandou passar e me apresentou pra família Que me queria que eu tacasse umas venera Já de vereda me arrastou lá pra cozinha Me serviu um assado de Gambá e Jaguatirica E um custilharo de Capicho enfumaçado Num ensopado bem cardiado de canjica (Meu amigo Kiko vai caçando uns Tatu que eu vou levá o Luiz Antonio Vieira e o Edson Amaral Miguelan) Garrei a gaita e já guasquei um limpa banco Desses de loco se escafedê no balanço Queixo com queixo tinindo rangindo o couro Metendo o laço num trancaço de boi manso E o baile véio foi comendo a madrugada Garrando corpo num balanço bem campeiro E a vinte e quatro quando roncava nos baixo Que derrubava até Pelincho do poleiro (2x) (Hohola fandango bueno e a indiada de tão bagual chegava a dançar de atravar) Lá pelas tantas por meadas da madrugada Chegou Beto Caetano, gaiteiro macanudo Menito Sartura e desatou-lhe uma cantiga Na moda antiga de um tal Mario Cuiudo Quando o Sol veio rumbiando as festa do rancho O Luiz Caetano agradeceu aquele povo Disse daqui uns dias eu vou caçar outro Capicho Pra outro bochincho vocês voltam aqui de novo (Por despedida servi um café preto, pão guerrudo de panela e um puchero entreverado com mandioca, apimentado, que baixava rasgando a goela)