Quantos pores-de-sol se farão necessários Prá que a lua me mostre o fim dessa dor ? Quais léguas de rios em seus estuários Trarão pros meus mares esse teu amor ? Quantos mil ocasos serão descriados ? Saudades, eu sei, vão chover sobre mim Em que arrebóis os meus sóis espraiados Vão fazer dos teus nãos, um dia, um sim ? Estrelas cadentes que passam tão breves Velozes, fugazes, me negam o olhar Em qual dialeto teu nome escreves ? Me diz em que terras te devo buscar Vem, anos-luz de lonjura do meu coração Ser candura da lua, luar do sertão Dizer tudo aquilo que ninguém me diz Vem, estradas tiranas, pós de solidão Ser partitura de minha canção Ouvir o meu verso e me fazer feliz