Tanta seca, tanta morte Nos caminhos do sertão Meus olhos já viram coisa De cortar o coração A cara feia da fome E o povo virando anão Gente ficando louca Sem ter água para beber A fome comendo a fome A falta do que comer (bis) Êta, fim de mundo Desgraceira, perdição A imagem revelada pela televisão É um coice no estômago De toda essa nação Cada um faz o que pode Pra acudir nessa aflição Desejando melhor sorte Ao nordestino seu irmão Mas o que a gente precisa É terra, trabalho e pão Revirando pelo avesso O poder lá no sertão Pra acabar com a penitência De tamanho escravidão (bis) E tem terra boa Reclamando produção Nas frentes de trabalho Nas terras do fazendeiro A gente encontra a morte E ele muito dinheiro Quero a vida feita vida Vencendo a morte cruel Vida aqui na terra E não no reino do céu