A chama da parafina derretida rezada Deixo mal iluminada a estrada esburacada Acende o farol incandescente salvador Suave o sol desmaia no mar do arpoador A arte do sinal explana a dor surreal No silencioso gutural da Babylon tropical Desabafando sob a lua escaldante carioca Improvisando sobre o acorde destorcido da viola A futurista aurora nos revigora, incorpora revolta Pra exorcizar o amargor da derrota Derreto nos panos sociais, atrás de metas surreais Alienados me sufocam com ideais medievais Tenso cansaço olhar avermelhado Na senzala high tech meu tempo é financiado Desvalorizado, plantamos pra burguês colher Exporta, sobra migalha, tente sobreviver Nas miragens do deserto urbanizado, manipulado Estagnado e apaixonado por vários pecados Capitais desumanizam cardiais A obsessão pelo excesso putrefaz a paz Manso, porém astuto, sapiência asfaltada Pra rachar a cara do gigante na pedrada Doutrinas cegas fortalecem a dinastia do dragão Nuvens carbonizadas flutuam em Babylon Ocultam o astro rei maquiavélico sorrindo amarelo Derrete nossos corações inquietos Humanoides retorcidos no coletivo de aço Violando a lei dois corpos no mesmo espaço Versículos mal interpretados pela ganância Amplia nossa distancia, prospera a ignorância Aprecia a falsidade dos profetas Pão e circo refrigera E a nicotina industrial desistressa Reprimi o choro com a quebra de decoro Dizimaram meus bolsos, santos do pau oco Então decapitei os pensamentos minúsculos Concentrados na estética dos músculos Prosseguindo desdenhando a dor surreal Pois a vitória colossal não será acidental