Aprendi a ouvir o silêncio; grito de socorro entrelinhas, ver o o sorriso suicida, sentir a dor além da minha. Noto a presença do andarilho, quilômetros além, como deitar o ouvido nos trilhos e sentir a chegada do trem. Sei avaliar o medo no autêntico gesto de heroísmo. Sei desvendar os segredos do mais profundo abismo Conheço olhos de ira escondidos na face do santo. A dúvida do gatilho na mira e a ternura do assassino em pranto. O andarilho segue meus passos, quem pede socorro sou eu. O abismo me abre os braços e o olhar so santo é meu.