Era o tordilho ventena que a indiada andava em volta Parecia até uma escolta pra um posto de general Dois cabrestos rebentados e outros dois, só num tento Dando coice até no vento c'o a força de um temporal Vinha direito ao palanque arrancando trevo e macega Quando o bagual não se entrega para os que querem domá-lo Força bruta do Rio Grande pois, quem olha, se apavora Mas taura que calça espora não tem medo de cavalo Me dá licença, Rio Grande, que vou encilhar esse tordilho Depois que me enforquilho, nem com promessa me apeio Deixa que saia por conta, arrastando, no más, toso O bagual, por mais tinhoso, não me aparta do arreio Me dá licença, Rio Grande, que vou encilhar esse tordilho Depois que me enforquilho, nem com promessa me apeio Deixa que saia por conta, arrastando, no más, toso O bagual, por mais tinhoso, não me aparta do arreio Depois de cruzar o palheiro e ajojar bem as esporas O mango se faz canora pra um índio for de campeiro A gineteada é uma dança que a pátria xucra proclama Quando um bocudo faz cama pras encilhas do fronteiro Enquanto existir cavalo e as éguas derem cria Vou encilhando a rebeldia com fé em Nossa Senhora Pois trago cisma de tantos que fazem pátria no basto Vergando o lombo do pasto num coxilhão campo afora Me dá licença, Rio Grande, que vou encilhar esse tordilho Depois que me enforquilho, nem com promessa me apeio Deixa que saia por conta, arrastando, no más, toso O bagual, por mais tinhoso, não me aparta do arreio