Meu rosilho se resolve Topar parada comigo Não tem quem diga pra ele Que nós dois semo amigo Vem da invernada rachando Num estadão que é uma tronqueira E passa a noite escarceando Pra adelgaçar na mangueira De manhã, quando me aprumo Não tem forma, nem costeio Nem um canto da mangueira Pra chegar e botar o freio Erra o coice o meu rosilho Murcha a orelha e sai pros lados Só porque passou uns dias Pastando com os aporreados Parece que não conhece O fio e a força da espora Ou não se lembra direito Dos mangaços campo afora Dos arreios bem cinchados Bocal, maneia e rendilha De quando quis corcovear Depois da primeira encilha Se topou mal meu rosilho Que eu também tenho meus dias Quando eu durmo destapado E a noite implica em ser fria Porque eu não sou muito manso E se me acordo do avesso Não te tiro pra compadre E tu me paga este preço Não sei porque o reboliço Na mangueira se negando Pra depois sair que é um gato Pelo potreiro tranqueando Crioulo de marca e sangue Que me veio por regalo Da Estância da Guajuvira - Mil Gracias pelo cavalo