Venho de um fundão de campo, do Rio Grande, meu estado Cresci na lida campeira, sempre lidando com gado Domando Potro veiaco marcando Zebu alçado E, nas rodadas mais feias, saindo pra qualquer lado Quem olhar pra minha estampa, vê um gaúcho de fato Um chapéu de aba larga e um lenço maragato Um tirador de Capincho contra os espinhos do mato E uma garrucha dois canos pra mode algum desacato Assim é a vida que levo Com liberdade e sem luxo Sou livre, sou Rio-Grandense Sou brasileiro gaúcho Assim é a vida que levo Com liberdade e sem luxo Sou livre, sou Rio-Grandense Sou brasileiro gaúcho Gosto de surrar cruzado, como quem faz simpatia Minhas esporas passeiam do pescoço até as viria Não dou carinho pra Potro, é minha filosofia Um rebelde só obedece quem mostrar mais rebeldia No dia em que eu me for lá pra querência divina Quero ronco de cordeona mesclado a choro de China Enquanto isso não chega, vivo grudado nas crinas Fazer bem feito o cavalo, esta é a minha sina Assim é a vida que levo Com liberdade e sem luxo Sou livre, sou Rio-Grandense Sou brasileiro gaúcho Assim é a vida que levo Com liberdade e sem luxo Sou livre, sou Rio-Grandense Sou brasileiro gaúcho