Duas gargantas de aço Na minha filosofia São as rosetas da espora Milongueando de porfia E a cantiga mais gaúcha Por poucas rimas que tenha É o relincho do cavalo Quando o galpão se desenha Até meu basto sovado Conhecedor das toadas Vive cantando pra mim O que aprendeu nas tropeadas E quantas vezes a Lua Me viu voltando do campo Com a barbela do freio Cantando pra os pirilampos Em outras a estrela d'alva Que é musa das madrugadas Soltava rimas de prata Da garganta iluminada Se o bronze cantou mais alto Pela garganta que tinha Foi por andar no pescoço De tanta égua madrinha E as quatro patas ligeiras Que também sabem ser calmas Cantam pra quem escutá-las Com os ouvidos da alma E esta cantiga que trago Na voz de parar rodeio Eu aprendi nas estâncias Escutando os meus arreios E quantas vezes a Lua Me viu voltando do campo Com a barbela do freio Cantando pra os pirilampos Em outras a estrela d'alva Que é musa das madrugadas Soltava rimas de prata Da garganta iluminada E quantas vezes a Lua Me viu voltando do campo Com a barbela do freio Cantando pra os pirilampos Em outras a estrela d'alva Que é musa das madrugadas Soltava rimas de prata Da garganta iluminada