Alcei a perna numa bragada "veiaca" que quando me pegou, o corpo quase de riba me saca. Mas do meu jeito, montei de pala atirado, e quando amanheço aluado , nem o demônio me ataca. De queixo duro, coiceiro e manoteador as estâncias estão povoadas, na escassez de domador. Tropilhas buenas, riqueza de sangue e raça, mas onde a doma não passa, o pingo perde o valor. Esta é a minha sina, de lidar c'oa rebeldia. Repassando os mal-domados, tirando balda e mania. (Lá na mangueira já começa um tempo feio, quando convido a bragada pra bailar nos meus "arreio". É só mais uma, das que foi mal "começada", e depois de ser domada, renega o basto e o freio.) Esta bragada, que me bombiava pra espora, troteou comigo no lombo, querendo tirar uma tora. Levei o corpo, na saída da porteira, e lhe aprumei a soiteira, num lançante campo afora. Cerrei as puas, e eu não vi mais o pescoço, me parecia que eu "tava" de a cavalo num caroço. Não frouxo a perna, que se desmanche em pedaços, nem que eu fique no "espinhaço", tinindo a espora no osso. Esta é a minha sina, de lidar c'oa rebeldia. Repassando os mal-domados, tirando balda e mania.