Venho do perau da Serra do Cavera Das artimanhas da vida tenho causos pra "conta" Ja cruzei picada escura nas noites de chuvarada Ja vi coisas de outro mundo numa tapera assombrada Mas nem por isso parceiro, eu deixo de andar no mundo E o rincao "dos Boca seca" eu conheco de frente a fundo Das peripecias da vida ja saltei fora Cortei baldrama de rancho com os dentes das minhas esporas Ja desaporriei matungo dando laco a campo fora Quando o caborteiro roda, dou-lhe um grito e salto fora Gosto de mulhr bonita, de fandango e carreirada E uma gaita de oito baixos roncando na madrugada Mas nem por isso parceiro... Pouco me importa se o tempo um dia vai me matar Eu nao nasci pra semente e nem vim aqui pra ficar Agradeci a natureza por tudo que ela me deu Meu nome fica na historia pra quem nao me conheceu Mas nem por isso parceiro...