Às vezes, estou lembrando Minha vida de ginete Quando montava aporreados Lá pras bandas do Alegrete Tirava balda de potro Enforquilhado no lombo Não trago medo comigo Nem cicatrizes de tombo Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas Não subo em potro por manso, nem desso antes da hora Sou um gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas Certa vez, a campo fora Pras bandas de Durasnal Montei pra tirar a cisma De um potro xucro e bagual Meu Deus, foi tanto corcóveo Que o povo fez orações Ao me ver sumir ao longe Na direção das Missões Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas Não subo em potro por manso, nem desso antes da hora Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas Descemos pelas canhadas Com saltos de ver do que Para acalmar o cavalo Não adiantou me benzer Ele com nojo de mim Eu agarrado na crina Queria me jogar fora Mas nunca saí de cima Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas Não subo em potro por manso, nem desso antes da hora Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas No outro dia, alguém foi Na direção que eu segui Encontrou rastros do potro Lá nas margens do Ibiquí Estava escrito na areia Com a espora em traços largos Um potro xucro me leva Na direção de Santiago Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas Não subo em potro por manso, nem desso antes da hora Sou gaúcho que carrega o Rio Grande nas esporas