Segui todos os caminhos E foram tantos, fiquei fria As minhas costas têm kilos O meu sorriso é nostalgia Eu tenho panos pra mangas E as mangas têm feridas Não conto as tangas por os dedos Até os dedos têm feridas Eu tou partida por dentro A minha aura tá sem cor Preciso de 40 dedos Conto cicatrizes de cor Eu tou muda, falo por dentro Tenho um muro daqui a Marte Porque amar-te mudou-me por dentro Parti-me em partes ao vento Falei-te por 90 vezes E das noventa valeu uma Eu não sou uma qualquer Mas pra ti fui só mais uma Penso por noventa vezes Como se fosse tua Mas nunca fui, nunca vou ser És 100 passos até à lua E deixaste-me com a solidão Com a frieza, com à arrogância De aparência sem coração Mas eu perco-me na ânsia Tento esmurraçar-me Cá dentro isto é gigante Que nem o tempo tinha tempo E o tempo é torturante De tanto sonhar, acordei tarde Dentro de ti, sou um mundo à parte As minhas mãos querem beijar-te Olhando pra ti. Fácil amar-te Morreste-me por entre os dedos Não consigo pensar em nada Congelada no tempo Do tempo que nem foi nada Pra ti, nem sou poesia Sou uma casa abandonada Mas o que maltraste em mim Construiu a minha armada Não me quiseste outrora Agora, não te quero agora O meu sangue é choro Vocês não querem amor Vocês querem coro Nunca quis ser perto Porque baú aberto Não esconde o tesouro Queria molhar a cara Desfazer-me em lágrimas Mas elas tornaram-se caras Agora já não cai nada Disse lhe no outro dia Eu sou só uma apaixonada Eu apaixono-me por tudo O que não me dá nada Não aprendo à milésima Eu tenho medo de aprender E ficar igual Nunca quis ser a décima Eu só quis ser a tal Eu quero ser a tal Vou morrendo nos sonhos Mas são uns mil e tal De tanto sonhar, acordei tarde Dentro de ti, sou um mundo à parte As minhas mãos querem beijar-te Olhando pra ti. Fácil amar-te Quase nos tocámos Mas só apertámos O que podia ter sido simples Foi só complicado Depois só deste silêncio Como se o caso fosse arrumado A minha alma é um incêndio O meu espírito foi jogado Tenho-te na garganta Com mil nós, não consigo Pensamentos às tantas Gastei os sonhos contigo Não adiantou, nada adianta Sou o teu sorriso Perdido na lembrança Guarda o amor, a confiança Pra quem não te possa amar Cortar-te os dedos sem aliança Até deixares de respirar Porque eu não tenho nunca tive palavras de ar Desculpa ter um começo Quando tu só queres um fim Desculpa quando eu começo Com merdas, mas foi porque eu senti Desculpa, agora Desculpa semprre Agora que já não tou aqui Eu Deixei de gostar de ti, quando eu te conheci De tanto sonhar, acordei tarde Dentro de ti, sou um mundo à parte As minhas mãos querem beijar-te Olhando pra ti. Fácil amar-te Fomos tanto. Quase tudo Fumo branco. Quase escuro Parecíamos tanto. Mas foi ao fundo. Lenço branco Adeus. Que foi de tanto que o meu amor morreu