Coisas que vi, que já vivi O começo, o fim, vi que cresci Sobrevivi, e me vejo no espelho O mal rejeito, por onde passo eu vejo! Mais um dia de sol pra aquecer as esperanças Os moleque joga bola a tardinha antes da janta Sem nem pensar o que vai ser ou o que há de vim Aproveitando o momento e não deixando de sorrir Eu vejo, as dona Maria cozinhando no fogão Eu vejo, os moleque dando trabalho no mundão E penso, como pode ser assim desse jeito? Onde quem não tem quer ter no outro dia de qualquer jeito Viram as costas, dizem que não vale a pela lutar Tô abraçando a causa pra minha quebrada mudar Uns dizem vou correr contigo, outros dizem adeus Uns dizem tanto faz, bando de todo fariseu Que não se preocupam com o andar da carruagem Que não quer saber acha que agora já é tarde Eu vejo de outra forma, enxergo com o espirito É dele que eu vivo, é dele que eu respiro Coisas que vi, que já vivi O começo, o fim, vi que cresci Sobrevivi, e me vejo no espelho O mal rejeito, por onde passo eu vejo! De olhos fechados, vendo os olhos abertos Dentro do oásis, mais vivendo num deserto É assim a visão do mundo contemporâneo Fecho os olhos pra não ver as mães chorando Ladrão, varão, irmão, ganha pão em vão Mensalão, malvadão, pelo cifrão caiu na ilusão E força pra sair não tem não Veja um Deus que te livra da prisão É depressão, você pode ver o crime e a matança Veja um Deus que vai além do que a vista alcança Olho da inveja, olho da vaidade Eu vejo que poucos querem olhar a verdade Tá ligado né P. O? Mais só pelo amor Que os manos tão perdendo todo o seu valor Se matando nas drogas, o futuro não garante Agora veja o quanto você é importante Coisas que vi, que já vivi O começo e o fim, vi que cresci Sobrevivi, e me vejo no espelho O mal rejeito, por onde passo eu vejo! Eu já vi, ando vendo, o demônio corroendo A menti de vários manos que estão desfalecendo Com os seus moleque crescendo sem educação necessária Convivendo num quintal repleto de furo de bala Bolsa família, bolsa gás, existe bolsa tudo Mais cadê a bolsa estudo? bolsa de paz no mundo? Pensei um segundo e é fácil de perceber e ver Que a vida não é igual aquela lá da TV Favela chora e clama sem sucesso nenhum Comum, saber que na rua de trás derrubaram mais um Por mais que aconteça, eu nunca me acostumo A historia de vários manos não passam de um resumo É mãe que engravida, dá a luz, o filho nasci, o crime induz Na agencia bancaria de quadrada no ato e capuz Só Jesus pra tirar agente desse inferno Sofrimento constante, de outono a inverno Coisas que vi, que já vivi O começo, o fim, vi que cresci Sobrevivi, e me vejo no espelho O mal rejeito, por onde passo eu vejo!