Nasci como nasce um potro No fundo de um corredor Trago o Rio Grande na estampa Sou ginete e domador Rasgo a culatra da noite No meu pingo marchador E amanso esses endiabrado Sem usar amadrinhador Tenho um dom que poucos tem Eu sou taura e versejador E honro a terra de onde vim Até quem não gosta de mim Reconhece quem o meu valor Vamo que vamo Laço e pealo Confio em Deus E nas patas do meu cavalo Vamo que vamo Laço e pealo Confio em Deus E nas patas do meu cavalo Ando sempre de à cavalo E gosto da lida campeira Por parceiro dois cachorros Eu uma faca carneadeira Pealo o brazino xucro Na saída da mangueira Não confio em China falsa Nem em égua caborteira Meu sombreirão de abas largas Do estilão lá da fronteira Oiga-tê terra sulina Onde tem gaita, tem China E tem comércios de carreira Vamo que vamo Laço e pealo Confio em Deus E nas patas do meu cavalo Vamo que vamo Laço e pealo Confio em Deus E nas patas do meu cavalo Ignoro assombração E não tenho mal agouro Ando com rimas na ideia E a graxa forçando o couro Sou taura na lida bruta E também campeio um namoro Na minha vida de campo Eu dei muita pechada em touro Minha ideia é um privilégio E minha garganta é um estouro E hoje pra gente sensata Fabrico versos de prata E recebo aplausos de ouro Vamo que vamo Laço e pealo Confio em Deus E nas patas do meu cavalo Vamo que vamo Laço e pealo Confio em Deus E nas patas do meu cavalo