Dá pra ver por essa avenida tão comprida O calor exalta as saídas da vida Coisas do Rio Coisas do Rio Coisas do Rio Sonhos são moldados em forma de gente Sonhos são comprados por pessoas indecentes Coisas do Rio Coisas do Rio Coisas do Rio Carros, grana, luxo na cidade maravilha Barracos, lama, entulho na cidade das famílias Indignação, má educação IPTU caro, precário asfalto E o Rio só pensando na globalização É preto que morre pra branco É branco no banco Preto velho de santo E branco no descanso do tamanco Aqui não se afoga ganso Tem sempre dinheiro sobrando Chama os republicanos Que vão pra Noronha de Fernando Tem mulheres qualquer Tem qualquer tipo de mulher Aqui tem gente de fé Que vai contra a maré Tem pessoas ralé Tem os que caem de pé Os que falam adùpé Os que dão glória de pé Infelizmente essa pessoas sabem como é O dia a dia da cidade que não dorme mané Dá pra ver por essa avenida tão comprida O calor exalta as saídas da vida Coisas do Rio Coisas do Rio Coisas do Rio Sonhos são moldados em forma de gente Sonhos são comprados por pessoa indecente Coisas do Rio Coisas do Rio Coisas do Rio Muito tiro, pouca aula Pouca aula, mais bandidos Chacina, perícia Um moleque perde seu pai na esquina e o perigo Muito leitinho com pêra no Sol e pé de barro na neblina Quanto custa um corpo usurpado de uma jovem menina? A pedra do chão vale mais que ouro nessa cidade maravilha Rangem os dentes e a fome que dilacera as famílias O olhar expectativo da criança que aguarda a comida Diga pra mim, qual é a saída?