Ai, isto foi acontecido Na fazenda do Lajeado Boi de carro foi vendido Por estar véio e cansado Venderam ele pro corte Pra morrer foi condenado Sina triste teve o boi, ai Vejam que grande pecado Ai, o carreiro da fazenda Era um homem de paciência Boi de carro ficou veio E não tinha mais resistência O feitor desta fazenda É que deve a inconsciência Por vender o boi pro corte, ai Cumprindo a triste sentença Ai, dava pena pra se vê Na hora que o boi saiu Da mangueira da fazenda Boi de carro despediu O coitado do carreiro Com muita razão sentiu Foi doído e foi penoso, ai Pra toda a gente que viu Ai, lá na curva da estrada Boi de carro inda berrou Pra dizer o úrtimo adeus Pro carreiro que ficou Com as lágrima nos olhos O carreiro inda falou Não devia de ser morto, ai Boi que tanto trabaiou Ai, boi de carro foi o mestre Dos carreiro do sertão Foi ele que deu começo Da riqueza do patrão Hoje o coitado morreu Na mais triste judiação O trabaio que passou, ai Pagaram com a ingratidão